Desde cedo que a riqueza marítima da Póvoa de Varzim atrai povos (desde Acheulense em 200 000 a.c., romanos em 180 a.c. e vikings no séc. IX) mas foi com D. Dinis que esta localidade sofre um maior desenvolvimento tendo mesmo representado um papel importante nos Descobrimentos.
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1- Praia da Póvoa de Varzim. |
No século XVII, o negócio da salga de peixe desenvolveu-se bastante, o que leva a que, um século depois, a Póvoa se transforme na maior praça de pescado do norte do país, abastecendo até mesmo as províncias do interior com um batalhão de almocreves. Como resultado, os poveiros ficaram reconhecidos na região como "o povo que mais trabalhava e melhor conhecia o mar".
A 27 de Fevereiro de 1892, um naufrágio ao largo da praia, devido a um temporal, teve um forte impacto na comunidade. Naufragaram sete lanchas poveiras levando consigo 105 pescadores.
Naquela época, a Póvoa de Varzim já era maior que uma boa parte das cidades portuguesas, evidenciava-se como o terceiro núcleo urbano do Entre-Douro-e-Minho, depois de Porto e Braga.
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2 - Mapa com as dozes freguesias da Póvoa de Varzim. |
Actualmente, a cidade ocupa uma área de 82,1 km² e localiza-se entre os rios Cávado e Ave, ou, de uma forma mais abrangente, a meio caminho entre os rios Minho e Douro, na costa norte de Portugal.
Ecossistema
No passado predominava a floresta atlântica, com árvores de médio e grande porte, tais como carvalhos, freixos, aveleiras, medronheiros, azinheiras e amieiros. Os penedos ao longo de toda a costa, que dividem os extensos areais, são verdadeiros viveiros de moluscos, peixes e algas. Os penedos e as dunas são ecossistemas que possuem uma riqueza ecológica importante, mas ameaçados por veraneantes, desportos nas dunas e construções costeiras.
Morfologia Urbana
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3- A Casa dos Pescadores e a Igreja da Lapa
em frente à Enseada da Póvoa. |
A cidade desenvolveu-se do interior para o litoral a partir do núcleo do Bairro da Matriz, onde ainda restam as ruelas estreitas e tortuosas da Póvoa primitiva do século XIV. Ainda hoje de carácter unifamiliar, encontram-se no bairro construções antigas tais como a casa seiscentista em frente à Igreja Matriz, os quatrocentistas Paços do Concelho, o Solar dos Carneiros (século XVII) e as casas oitocentistas do Capitão Leite Ferreira, dos Limas e de Coentrão. A população de pescadores foi concentrada junto à costa sul, em volta da Enseada da Póvoa, e já no século XVIII o Bairro Sul, sector piscatório com ruas estreitas paralelas à costa, encontrava-se razoavelmente desenvolvido.
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4 - A Junqueira é uma rua de comércio
tradicional no centro da cidade. |
O Centro, antigo bairro burguês, é dominado pelo sector dos serviços e pelas movimentadas ruas de comércio tradicional da Junqueira e Avenida Mouzinho de Albuquerque. Nesta última concentram-se vários serviços, enquanto que a Praça do Almada, o coração da urbe, é ladeada pelo edifício da Câmara Municipal, departamentos municipais, bancos e outros serviços. No meio da praça, no antigo jardim público encontra-se, a poente, o Pelourinho manuelino, erigido em 1514, é monumento nacional e representa a emancipação municipal da Póvoa de Varzim. Outras praças destacáveis são o ancestral Largo das Dores e a Praça do Marquês de Pombal, onde funciona o mercado público. |
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5 - Panorama nocturno do norte da cidade. |
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